Se você já me acompanha há muito tempo, viu que ano passado eu resolvi tirar alguns dias pra ficar quietinha no mato e me conectar com minha energia criativa e com o meu propósito no mundo. E como deu super certo, resolvi fazer isso todo ano. Este último final de semana foi a edição de 2020.
E hoje eu queria falar com você exatamente sobre isso. Sobre se reconectar consigo mesma. Com a mulher que você é. Voltar pra sua casa interna. Se reencontrar. Quero falar desse processo reconexão e busca. Porque eu estou nesse caminho e acredito que você também, e a gente pode ir juntas, né?!
Ano passado quando resolvi fazer esse retiro pela primeira vez, eu estava necessitando muito de criar esse espaço silencioso de conexão comigo mesma. Longe de tudo e todos, onde eu pudesse ouvir apenas a minha voz. E agora, um ano depois, sinto que foi uma boa escolha, porque de fato tenho conseguido mergulhar cada vez mais em mim.
Não necessariamente você precisa fazer um retiro ou se afastar da realidade durante uns dias, você pode fazer isso em pequenas doses no seu dia-a-dia. Criar pequenos momentos que são só seus e não podem ser roubados pelos outros. Onde só seus pensamentos e suas vontades existem. É uma questão de saúde mental e autocuidado mesmo.
Você pode escolher algo que te agrada muito e fazer disso seu momento pessoal. Eu, por exemplo, amo estar na natureza, então eu faço meus retiros no mato mesmo.
Isso também faz parte do processo de se colocar no centro da sua própria vida. Aprender a se escutar e se priorizar. E a partir disso, se tornar uma mulher mais livre e independente. Quando você percebe que você é o seu centro, que você é sua própria casa, que você é pra onde deve voltar todas as vezes, a sua vida muda, de verdade.
E isso não é egoísmo, é amor-próprio. Se amar verdadeiramente faz com que você possa amar aos outros e ao mundo de forma saudável e mais intensa. E esse é o amor que não te machuca e não te suga, mas te engrandece. Cada ano que passa tenho percebido que o amor só pode nascer do amor-próprio, porque se não ele não é real.
Esse espaço só seu também é um espaço de cura, de aprendizado e renascimento. Onde você pode pensar sobre as coisas ruins que aconteceram com você, pode entender no seu íntimo o que isso te causou e poder refletir sobre como se curar e como crescer a partir daí.
A gente precisa pausar e olhar paras feridas também. Olhar pras feridas e se perguntar como saná-las, isso é um processo de autoconhecimento e autocuidado. Ignorar os machucados não te faz crescer, não te leva pra sua melhor versão. A gente precisa fazer esse exercício, por vezes doloroso, de olhar pro escuro e tentar enxergar saídas.
Eu também me sinto muito livre e muito independente quando faço essas viagens sozinha. Eu sei que ainda rola um estigma sobre mulheres viajando sozinhas, inclusive antes desses dois retiros, escutei coisas nesse sentido de pessoas muito próximas a mim, mas entendo que é cultural e que precisa ser mudado.
Se uma mulher não pode andar sozinha por aí, ela não é livre. Se a sociedade não te respeita enquanto você está sozinha, estão roubando sua liberdade. Não deixem isso acontecer. Sua liberdade é uma das coisas mais preciosas que você tem.
Nessas pequenas viagens comigo mesma e para dentro de mim, eu encontro uma casa cada vez maior. Uma casa que só cresce, porque cada dia eu coloco um tijolinho, faço um reparo, um puxadinho e vou abrindo esse espaço interno.
Eu me sinto livre e inteira. Me sinto eu mesma. E isso ninguém pode tirar de mim.